quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A história de Charles Darwin

Vida de Darwin:

Charles Robert Darwin nasceu em uma família próspera e culta. Seu pai, Robert, era um médico respeitado e seu avô paterno, Erasmus, poeta, médico e filósofo.

Em 1825, foi para Edimburgo estudar medicina, mas abandonou a carreira. Mudou-se para Cambridge, disposto a se tornar um sacerdote anglicano, mas ficou amigo do botânico John Stevens Henslow, com quem aprofundou seus conhecimentos em história natural, matéria em que seu talento que se manifestava desde a infância.

Henslow conseguiu incluir Darwin como naturalista numa expedição ao redor do globo no navio Beagle, que deixou Davenport em 27 de dezembro de 1831 rumo à
América do Sul.

Foram quatro anos e nove meses de
pesquisas. Ele juntou fósseis, amostras geológicas, observou milhares de espécies vegetais e animais, erupções vulcânicas e terremotos. Em 1839, após se casar com Emma Wedgwood, foi viver no campo, na terra natal. Sofreu de uma doença não diagnosticada na época, e suspeita-se que tenha sido o mal de Chagas.

Na viagem do Beagle, Darwin notou que um mesmo animal tinha características próprias de uma região para outra. O mesmo acontecia em espécies separadas pelo tempo, como demonstravam os fósseis. Embora bem definidas na mente de Darwin, as
idéias evolucionistas eram apenas assunto para um círculo íntimo de amigos, pois se chocavam com a versão bíblica da criação e com a noção filosófica grega de formas ideais.

O evolucionismo, porém, já era uma corrente importante na biologia. Animado ao conhecer o trabalho do zoólogo
Alfred Russell Wallace que chegava a conclusões semelhantes, Darwin publicou, em 1859 seu livro conhecido hoje como "A Origem das Espécies".

O nome completo era: "Sobre a Origem das Espécies por Meio da Seleção Natural ou a Conservação das Raças Favorecidas na Luta pela Vida".

Pela seleção natural, as condições ambientais determinam quanto uma determinada característica ajuda na sobrevivência e na reprodução de um ser vivo.

Aqueles com características mais eficientes para se adaptar a seu meio-ambiente geram mais filhos e os outros podem morrer antes de se reproduzirem ou serem menos prolíficos. O conceito de que só os fortes sobrevivem, porém, é um erro comum. Por exemplo, conforme as condições, um animal muito robusto pode demandar mais alimento e ter menos chances do que um outro mais ágil.

Como previa o naturalista, o pensamento conservador reagiu à sua teoria. Embora os cientistas tenham concluído que Darwin estava certo, a polêmica permanece até hoje nos meios filosóficos e religiosos. Há setores destes últimos que proíbem o ensino do evolucionismo darwiniano em escolas, pois adotam a teoria do criacionismo, da criação do ser humano por Deus, como está na Bíblia. Independente de qualquer polêmica, porém, o evolucionismo darwinista foi a base das ciências biológicas contemporâneas.

Extremamente apegado à família, o caráter modesto e cuidadoso de Darwin atraía a simpatia até dos adversários. Fulminado por um ataque cardíaco, foi enterrado na abadia de Westminster, por solicitação expressa do Parlamento inglês.



A viagem no Beagle:

Uma das aventuras mais conhecidas da história da ciência é a viagem que o jovem Charles Darwin realizou, a bordo do navio britânico HMS Beagle, entre os anos de 1831 e 1836. Darwin embarcou no Beagle para servir de acompanhante ao capitão do navio, o aristocrata inglês Robert Fitzroy. Foi nessa viagem que Darwin pode desenvolver todo o seu interesse, trazido desde a infância, pelo mundo natural. 
O Beagle deixou a Inglaterra no dia 27 de dezembro de 1831. O objetivo principal era cartografar o litoral da América do Sul. Darwin tinha apenas 22 anos e era um recém formado em teologia, mas com forte vocação para as ciências naturais. A princípio, a expedição deveria explorar pontos como Rio de Janeiro, Patagônia e Terra do Fogo, costa do Chile, Peru e algumas ilhas do Pacífico. No entanto, acabou alcançando a Nova Zelândia, Austrália, sul da África, retornou a Salvador e então rumou de volta à Inglaterra. Assim, a viagem, que estava prevista para durar dois anos, acabou durando quatro anos e nove meses.
O Beagle, após passar por Cabo Verde, rumou para a América do Sul e chegou ao arquipélago de Fernando de Noronha onde fez uma rápida parada. No dia 29 de fevereiro de 1832, o navio aportou em Salvador, na Bahia. Darwin chegou a Salvador em pleno período de carnaval e se assustou com o entrudo, uma brincadeira de rua bastante violenta trazida pelos portugueses no século XIX:
“Este é o primeiro dia de carnaval, mas Wickman, Sullivan e eu, nada destemidos, estávamos determinados a encarar seus perigos. Esses perigos consistem em ser alvejado sem misericórdia por bolas de cera cheias de água e sair encharcado por grandes seringas de lata. Achamos muito difícil manter a nossa dignidade, enquanto caminhávamos nas ruas”, segundo trecho extraído do diário de anotações de Darwin. 
Mas foi também em Salvador que Darwin teve o seu primeiro contato com uma floresta tropical, tendo ficado deslumbrado com o que viu: “O dia todo foi um deleite. No entanto, deleite é um termo fraco para expressar os sentimentos de um naturalista que, pela primeira vez, perambula sozinho por uma floresta brasileira”.
De Salvador, a expedição veio descendo a costa brasileira e ancorou no Rio de Janeiro no dia 5 de abril. Darwin percorreu o entorno do Rio coletando espécimes de insetos e répteis, além de fazer medições topográficas da costa.
No dia 10 de maio, o Beagle foi obrigado a retornar à Bahia e Darwin resolveu permanecer sozinho no Rio. Darwin morou em Botafogo, um local bastante tranqüilo naquela época. O naturalista subiu o Corcovado, onde se encantou com a vista. Na época, o Corcovado era conhecido por abrigar quilombolas e escravos fugidos. Darwin também realizou expedições pela Floresta da Tijuca, Pedra da Gávea, entre outros.
 Visitou o Jardim Botânico, onde ficou decepcionado com o que encontrou: “Andei até o Jardim Botânico. Esse nome deve ter sido dado mais por cortesia do que por qualquer outro motivo, porque ele é na verdade apenas um lugar de diversão. Seu maior e principal interesse é o cultivo de muitas plantas notórias por sua utilidade. Há alguns acres cobertos por pés de chá-da-índia. Fiquei um tanto decepcionado ao ver um pequeno arbusto insignificante com flores brancas e plantadas em fileiras retas”.
Darwin viajou pelo norte fluminense subindo a serra da Tiririca, em Niterói; passou por Maricá, Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio, Barra de São João, Macaé, Conceição de Macabu, Rio Bonito e Itaboraí. Ainda hoje pode se encontrar alguns desses lugares por onde o naturalista passou e descreveu em seu diário, como a Fazenda Itaocaia, em Maricá, a Estrada do Vai e Vem, onde passou quando viajava pela região de Niterói, e ruínas da Fazenda Campos Novos, em Cabo Frio, onde Darwin elogiou a comida.
Apesar de todas as belezas naturais que pôde observar no Brasil, Darwin também fez muitas críticas ao país. Em seu diário de viagem, o naturalista criticou muito a existência da escravidão e a burocracia brasileira.
O historiador Milton Teixeira confirma a decepção de Darwin com certos aspectos do Rio de Janeiro e do Brasil. “É interessante que, em 1832, não só Darwin, como outros ingleses que estavam aqui, consideravam o Rio de Janeiro um caos. O país estava numa decadência profunda. Dom Pedro I havia renunciado no ano anterior e o país estava sacudido por revoltas civis muito pesadas. Em um de seus relatos, Darwin chegou a dizer que acreditava que o Rio de Janeiro estava em profunda decadência, os serviços urbanos estavam negligenciados e o que salvava mesmo era a natureza, tanto que ele vai morar em um bairro distante (para a época), chamado Botafogo. O interessante é que muitos que visitam o Rio hoje têm uma visão parecida. A cidade está um caos, tiroteio em favelas, pessoas sendo mortas, assaltos, de modo que há esse paralelismo curioso. Existia um pintor, que veio com Darwin, que fez uma série de aquarelas da cidade e algumas são bem atuais, com as pessoas apanhando da polícia nas ruas, muita coisa de uma certa maneira não mudou.O Rio de Janeiro depois se recuperou, mas Darwin não voltou aqui para ver isso. Ele veio nesse momento específico e o que interessava era a natureza e isso ele ainda encontrou intacta. Se hoje ele voltasse, com certeza ficaria decepcionadíssimo em ver os morros pelos quais andou tomados pelas favelas e bandidos. Hoje ele não teria a mesma liberdade para andar por aqui, é triste isso mas é algo que você não tem como deixar de constatar”, destaca o historiador.
O Beagle deixou o Rio de Janeiro no dia 5 de julho de 1832, com destino a Montevidéu, dando continuidade à expedição. De lá o navio seguiu para a Argentina onde, em setembro, ancorou ao largo de Bahía Blanca, um povoado na extremidade de uma baía situada cerca de 650 quilômetros ao sul de Buenos Aires. O Beagle permaneceu na região por mais de um mês, tempo suficiente para Darwin deleitar-se com as carnes de Tatu, que segundo ele se assemelhava a do Pato, e de Ema, animal que o naturalista chamava de pequeno Avestruz.
Na praia de Punta Alta, em Bahía Blanca, Darwin encontrou o fóssil de uma preguiça e um tatu gigante (era o gliptodonte, extinto há 10 mil anos). O Beagle também passou pela Patagônia e pela Terra do Fogo, até chegar ao Oceano Pacífico. No Chile, o naturalista subiu a cordilheira dos Andes.
Do Chile, a expedição partiu para o arquipélago de Galápagos, onde aportou por um mês, em setembro de 1835. Nesse arquipélago, Darwin coletou espécies de plantas e animais, fez anotações, e se impressionou com as características distintas de cada uma das ilhas que visitou. Ele observou tartarugas, iguanas e uma enorme variedade de aves, constatando que eram diferentes de ilha para ilha.
“Coletei industrialmente todos os animais, plantas, insetos e répteis desta ilha. Será muito interessante descobrir, a partir de futuras comparações, a que distrito ou centro de criação devem ser ligados os seres organizados deste arquipélago”, escreveu Darwin em seu diário.
Nas ilhas de Galápagos há várias espécies endêmicas, entre elas destaca-se um grupo de 13 espécies de fringilídeos. Essas aves são popularmente conhecidas como “tentilhões de Darwin”. Os tentilhões inspiraram Darwin nas primeiras reflexões sobre a origem das espécies e mostraram que é possível testemunhar a evolução acontecendo em tempo real.
Depois de Galápagos, o Beagle rumou para o Taiti, Nova Zelândia, Austrália, Ilhas Coco, retornou ao Brasil, aportou em Salvador e em Recife, e, por fim, voltou à Inglaterra em outubro de 1836.
Os resultados imediatos da viagem foram o livro A Viagem do Beagle (1838), baseado nos diários de Fitzroy, a transcrição do diário de Darwin (1839) e os artigos sobre a geologia da América do Sul, baseados nas observações de Darwin e no livro Princípios da Geologia, de Charles Lyell. O livro A Origem das Espécies, que tornou Darwin conhecido mundialmente, só veio a ser publicado em 1859.


Algumas Curiosidades do Beagle:
  • Darwin saiu em 1831, tinha ele 22 anos, no Beagle numa expedição em que o objectivo era dar a volta ao mundo, na missão primária de cartografar pormenorizadamente o litoral da costa Sul Americana.


  • Esta missão era de 5 anos, e nesses 5 anos Darwin saiu de Inglaterra passou por Portugal, América do sul, Galàpagos, Austrália, ilha dos Cocos, sul de África e Brasil de e por último em direcção a Inglaterra.


  • Darwin durante a viagem leu "Princípios da Geologia" de Charles Lyell, que descrevia características geológicas.


  • De Dezembro de 1831 até Fevereiro de 1832 o Beagle atravessa o Oceano Atlântico com passagem pela Madeira e pelas Ilhas Canárias nisto. Após dias no mar, Beagle chegava finalmente às ilhas Canárias, só que a chegada foi muito atribulada porque as autoridades espanholas não estavam autorizadas a deixarem atracar nenhum barco Inglês.


  • Depois da saída das Canárias seguiu-se a observação da geografia das Ilhas de Cabo Verde, onde fizeram a sua primeira paragem na ilha vulcânica de Santiago, onde o Diário de Darwin regista os seus primeiros estudos e observações.
  • Na chegada à Terra do Fogo Darwin ficou perplexo com o estado selvagem dos nativos, apresentavam grande contraste com o comportamento civilizado que ele tinha.
  • Nos finais de Janeiro 1833 Beagle sai da terra do fogo onde a viagem se prolonga até Novembro 1833 passando a expedição pelas ilhas Maldivas.
  • De Novembro de 1833 ate Junho 1834 a Expedição fica em Rio Santa Cruz devido ao Interesse pelo estilo de vida dos nativos que fascinava Darwin. Este observou então esta situação com particular atenção em que um dos nativos que se tinha facilmente adaptado ao mundo civilizado, só que escolheu o retorno aos seus costumes primitivos, tal ideia não se ajustava muito bem com a visão perpetuada em Cambridge, pois onde o Homem civilizado era concebido como a melhor criação de Deus e superior aos animais.
  • A expedição parte em Junho 1834 e chega a 23 de Julho de 1834 ao Valparaíso onde fica até Abril de 1835. Aí Darwin comprou cavalos e foi até aos Andes vulcânicos, mas durante o regresso, adoeceu, passando um mês de cama.
  • Em Abril de 1835 a expedição parte de Valparaiso, e chega a 15 de Setembro de 1835 às ilhas Galàpagos e permanece lá ate Outubro 1835.
  • Foi aqui que Darwin fez os seus maiores estudos e onde conseguiu grande parte da informação para os trabalhos que desenvolvia.
  • O Beagle sai das ilhas Galàpagos em 20 de Outubro. Durante Outubro de 1835 e Março 1836 a Beagle passa pelo Taiti, Nova Zelândia e Austrália.
  • Nos meses de Março 1836 até Outubro 1836, Darwin pára na ilha dos Cocos onde investiga lagoas de coral, e faz uns levantamentos de FitzRoy,estes ajudam no perfil da teoria dos Atóis que ele tinha desenvolvido. Nesta mesma altura Chegada a S. Helena
  • Em 2 de Outubro de 1836, O Beagle chega a casa em Falmouth Cornwall, onde tinha partido . Esta ida para casa foi um pouco complicada com uma paragem para reabastecimento de alimentos nos Açores, onde fica nos dias 20 a 24 de Setembro. E Darwin visita as ilhas Terceira e S. Miguel

Rota do Beagle:



(Explicação da viagem do Jovem Darwin)


Postado por Ana Caroline Nunes, 3ºA
Dia 14.10.10 ás 13:55h

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